Úmido era seu quarto, com retratos de antigos moradores de sua vida. Esboçando personagens de acordo com o banheiro, a cozinha, com o estado da sala... Ela gostava disso. Ela não pertecia a nada, e amava isso.
Não conseguia formar frases com seus rabiscos. Nada era possível ali, assim. Detinha: mar, sonho, meiguice, laranjeira, trêmula, espelho... Queria isso? Que coisa decadente! Solitária, deveria ser.
Fazia de sua casa uma casca. Se enterrava lá, como costuma fazer quando quer evitar os encontros... Sentia medo de terminar sozinha (mas, gostava disso) ou acabar colecionando fragmentos de coisas acontecidas por receio de apagá-las da memória. Vivia para o belo, pelo belo das palavras... Elas a alucinavam e depois da última letra ainda deixavam o charme da imginação, embora duvidasse das palavras ditas, ela ainda tinha esperança por um ou dois capítulos de sua "feliz idade". Mas nunca soube disso.
... Guardar para lembrar que vivi!!
"Quem não se sente só?"
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