quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Esqueceram

                                          

                                  


Me disseram, mas esqueceram de perguntar se eu era árvore ou pássaro. 

(Algumas das coisas que faço no meu tempo livre) 


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

... Se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade...

E olhando pra mim de pertinho - como consigo? -, meus pequenos olhos verdes  estavam brilhando e miravam um ponto fixo. Apaixonante. Apaixonada.  Desejava perguntar a mim se era por alguém ou pela vida (ou quiçá pelo Sol, né?!). Redemoinhos de pensamentos surgiam em mim. Ora bolas, que raios de ideias podiam se intercalar em dois seres que são um só? 
Quis saber de mim. Eu analisando os detalhes que o outro pedaço exibia. Olha só! Aquela pinta na testa parece muito menor daqui! E os detalhes do rosto são tão imperceptíveis, desnecessários. Só queria saber mesmo o que eu estava pensando... 
Estou aqui, parada, pensando no que amo. Pensando em como o amor pode escapar de mim, desejando as surpresas boas que o destino divino trazera a mim. Quanto as pessoas... Ah, as pessoas... A vida sempre me trouxe um tanto delas. Algumas são nitidamente lindas, outras apenas nitidamente lindas fisicamente, deixo claro: fico com as primeiras, viu?! Sem distinção, é só uma questão de afinidade e harmonia... 
Estranho! Tem uma moça me olhando... Uma moça de óculos. Ela se parece muito comigo, mas não consigo enxergar direito porque estou sem óculos e prefiro manter meus olhos intactos enquanto pensamentos fluem em mim. De relance, algumas coisas não deixei de reparar na moça: o jeito sutil que escolheu me observar, poderia até dizer, pelo jeito desastrado, que era eu em outra posição, com outra roupa e pensando outras coisas... 
Tira os olhos fixos daí, menina! Eu tô aqui e só preciso te dar alguns poucos conselhos, você parece não me perceber! Temos quase a mesma idade - ham?! Quase? - falei baixinho, só estou três anos a sua frente! OLHA PRA MIM!  
Será que essa moça não vai parar de me anotar mentalmente, não? Vou me virar, levantar, e me aproximar, já que é quase um clone a céu aberto, vou arriscar e tentar não enxergar embaçado tal como está agora. Remexo, viro, levanto, ando, olho. 
Acho que ela está pensando em vir até aqui, eu sei que está! Não posso ir até você, é uma lei. Olha! Olha! Está se remexendo, no mínimo, está atordoada com meus olhares incessantes...
Chego perto, ela vira com olhares de ressaca, de cigana oblíqua e dissimulada, e me diz: - menina... Grava bem, tá?! Mas o amor... Sabe o amor? Aquele que você jura de pé junto, teimando, vivê-lo? Ele está em todo canto, não te preocupes, não. E sabe do que mais...?!
Meu coração estava batendo forte demais... Era confuso e era eu!!! Só precisava dos meus óculos!
- A felicidade bate na porta. A felicidade, minha verdinha, como diria Drummond, ela bate na aorta, pra quê tantos pensamentos?
- Peraí, você sou eu e quer me dar conselhos? Acho que somos grandinhas o bastante e parecidas o bastante para... 
- Não sei se você reparou, mas tenho 4 rugas a mais e nem usamos o mesmo corte de cabelo! É... As coisas mudam... Mudam tanto, que eu ia te dizer: sem essa de "pra sempre"! E, POR FAVOR, para de mirabolar seu futuro! Eu tô nele, e só ganhei rugas, como pode ver... Mas estou tão feliz... A vida me surpreendeu! E era isso que eu esperava a exatos três anos atrás. 
- Preciso te perguntar...
- A máquina do tempo só dura alguns minutos. Preciso ir. Sem perguntas.
- Ele... 
- Xiu!!! Sem perguntas! 
- Você é louca? 
- Louquinha. As melhores pessoas são assim! 
- Percebo que o vocabulário ainda é mesmo. Vê se roda o disco no futuro!
- Vê se roda o disco no presente! "Disco"... Sorri pelo canto da boca, aquela palavra combinava tanto comigo... 
- Será que você...
- Três anos de diferença e a evolução íntima foi sincera! Eu amo você, verdinha. 
- Eu não amo você, não. Eu não te conheço, mesmo você sendo eu do futuro com um cabelo legal e roupa clássica... E um óculos... Gostei dos óculos... Minha cara! 
- Você vai aprender a amar a todos mesmo sem conhecer, verdinha... Em três poucos anos... Ah, vai, sim!
- Se você está dizendo... Quem sou eu pra negar, não é? Aliás, quem sou eu?
- O mais importante é que...
Pisquei e... - Onde ela se meteu? Mas... Poxa! Mas poxa vida! Desastres e sorte andam mesmo de mãos dadas em mim. Suspirei, guardei um silêncio, pronunciei brevemente ao vento: na minha vida, a chuva sempre cede lugar o sol! E lembrei de um verso de Clarice: fico as vezes reduzida ao essencial, quero dizer, só meu coração bate. Isso já explicava tudo. Tudinho.


domingo, 30 de agosto de 2015

Então, seja vaga-lume. Deixe que a sua própria luz, mesmo pequena, ilumine o ambiente. Ela irradiará e naturalmente influenciará aos que estão a sua volta, criando um ambiente de harmonia, de paz. É um processo natural, um processo de conexão. É preciso saber exatamente a hora de acender/ascender e a hora de se tornar invisível (só que ainda de corpo e alma presente - e por mais que nāo te vejam, você está ciente de todas coisas ao seu redor e sabe também a hora certa para voltar a iluminar de novo). 

Seja vaga-lume. Seja vaga-lume sempre.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ei(u)

Ei, ainda quero ser menina. 
Nada de cabelo alisado ou batom pra enfeitar os lábios. Não quero usar salto alto. Ninguém precisa ver minha barriga, quanto menos o tamanho do meu peito. Não me apresso pra ser mulher grande, só me apresso pra ter sorriso gigante! 
Me deixa, Deus, por alguns segundos manter intacta a minha inocência. 

Eu aqui escrevendo, pensando... Tão Izabella. 

sábado, 27 de junho de 2015

Eu sei

Eu nunca vou saber exatamente o que escrever... Daí, percebo que sentimentos podem fluir através dos dedos. Percorrem um espaço mínimo entre meu cérebro e coração, e já querem transbordar pelas minhas mãos. Sentimentos espertos! Penso que estão fugindo da minha razão, debochando de cada tentativa minha de negá-los. Ah, sentimentos...
Ah, sentimentos, se vocês soubessem que prefiro transbordá-los ao invés de tentar afogá-los em mim mesma. Que prefiro que meus dedos saibam o que se passam em mim, entre meu coração e mente, que prefiro lembrar do que esquecer. E talvez esse seja o sentido de tudo. O sentido de escrever, anotar, cada pedacinho de mim: me sinto forte, equivalente, mais izabella (talvez).
Me perguntando por alguns segundos: quem será mesmo izabella?! Preciso compreender mais sobre esse ser que me habita e aflora cada vez mais (ou menos). Vai ver ainda me enquadro na perspectiva da sorte, do anoitecer, das páginas em branco que percorrem minha vida, dos sentimentos que me descrevem... Dos capítulos que provavelmente nunca vou viver. E prefiro assim. Mas que eu seja eternamente intensa, viva, apaixonada.
Quanto aos sentimentos, me cuido, me lasco, me deixo, pra depois me encontrar e apostar tudo de novo. Nessa roda gigante há sempre de surgir surpresas e frios na barriga, é disso que vivo! E se consigo descrever tudo que transita entre meu coração e minha mente? Não. Não mesmo.

Mas, ah, queria que me visse por dentro, agora.    



quinta-feira, 5 de março de 2015

E quem diria?!

Tenho escutado alguns cantores de rap e tô me surpreendendo com a capacidade que eles têm de me emocionar! Me pego até soltando uma lagrimazinha e refletindo o dia inteiro sobre a história ou estória ali contada... Desde pequena tive uma forte influência pro rock e blues e cresci apaixonada pelo folk e jazz, mas esses estilos me impressionam, claro que não literalmente, pelo instrumental foda e pelas vozes trabalhadas. O rap tá me emocionando pela "letra de vivência", pelas histórias de incentivo à população de público alvo e toda revolta na música expressada. E só agora, graças a um trabalho inspirado no urbano, parei pra pensar, escutar e apreciar! Quem diria! 

"Eu sou papel, caneta e coração"!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Esse troço lindo de vida

Eu não entendo muito bem de viver, e no entanto tô vivendo. 
Não sei nada sobre o amor, mas juro de pé junto, teimando, vivê-lo... Sobre essas incertezas que a vida (ausência de morte) me dá, prossigo cantando, aproveitando os segundos que me restam no hoje, no agora. 
A gente conhece gente todo dia, descobrimos toda hora um novo mundinho. Gente que tem mundinho parecido com o nosso é "encantante", mas aí, eu lembro o quanto sou desajeitada pra encarar esses encantos que esse troço lindo de vida me entrega assim: de mão beijada. E ela bem sabe que o que gosto mesmo é de olhos abraçados. 
Um dia, num belo dia, eu vou entender que as imagens na minha cabeça que não saem mais, são, nada menos, o que não quero esquecer...