Ainda durmo com o pé pra fora da coberta (mesmo nos dias frios);
Ainda escolho tudo na cor verde inconscientemente;
Ainda dou beijinho em quem prepara alguma refeição pra mim, e quando sou eu mesma que faço fico observando os gestos faciais que outra pessoa demonstra enquanto experimenta o que fiz.
Ainda prendo a respiração todos os dias quando acordo de manhã bem cedo e solto tudo de uma vez, como se dissesse: vai ficar tudo bem!
Ainda enfeito meu quarto como se fosse um ensaio pra minha própria casa, só que, hoje, dentro das minhas possibilidades.
Ainda durmo com camisas largas e não sei orar sem antes vestir uma calça de pijama (sendo que logo após a oração, tento tirá-la o mais rápido possível);
Ainda faço manhas quando quero abraços à noite e grunhidinhos quando quero beijos de manhã.
Ainda alimento viver um romance igual desses filmes (bobos) que me fizeram chorar um dia;
Ainda tento tirar sorrisos de quem me cerca com minhas próprias má notas;
Ainda troco palavras de lugar dentro de frases conhecidas;
Ainda uso palavras repetidas;
E mais do que nunca: ainda não sei me descrever.
Só que...
Ainda faço questão de cada detalhe em mim.