quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Ainda

Escrito em: 10 de Agosto de 2015

Ainda durmo com o pé pra fora da coberta (mesmo nos dias frios);
Ainda escolho tudo na cor verde inconscientemente;
Ainda dou beijinho em quem prepara alguma refeição pra mim, e quando sou eu mesma que faço fico observando os gestos faciais que outra pessoa demonstra enquanto experimenta o que fiz.
Ainda prendo a respiração todos os dias quando acordo de manhã bem cedo e solto tudo de uma vez, como se dissesse: vai ficar tudo bem! 
Ainda enfeito meu quarto como se fosse um ensaio pra minha própria casa, só que, hoje, dentro das minhas possibilidades. 
Ainda durmo com camisas largas e não sei orar sem antes vestir uma calça de pijama (sendo que logo após a oração, tento tirá-la o mais rápido possível); 
Ainda faço manhas quando quero abraços à noite e grunhidinhos quando quero beijos de manhã. 
Ainda alimento viver um romance igual desses filmes (bobos) que me fizeram chorar um dia;
Ainda tento tirar sorrisos de quem me cerca com minhas próprias má notas; 
Ainda troco palavras de lugar dentro de frases conhecidas; 
Ainda uso palavras repetidas;

E mais do que nunca: ainda não sei me descrever. 
Só que... 
Ainda faço questão de cada detalhe em mim.

Essa é nova!
Primeira postagem depois de tanto tempo... E só decidi postar porque por algum acaso, quiçá o destino, deixou meu blog aberto literalmente do nada.

CARAMBA, ESTOU TÃO FELIZ!!! Aquela felicidade clandestina que tenho em dias específicos pra existir com todo traço, corte, cicatriz, imperfeição... 
Pera! Nesses dias não só existo. Eu sinto!!! E não sinto só. 

As árvores contrastam com o céu quase anoitecido enquanto os pisos táteis na calçada, para deficientes visuais, massageiam meus pés dentro de um keds - por pura sorte estava com um deles hoje. A música era ideal pro momento. Seguro cada alça da minha mochila com as mãos, solto um sorriso, um balançar do vento (ou do universo) nos meus cabelos, um pulinho acelerando os passos... Chego no destino: uma baita surpresa!!!
(...) Saio de sala. Entro no elevador dançando, escolho uma música de acordo com meus sentimentos... E começo a correr no estacionamento encarando qualquer um, com um sorriso de mera ingenuidade e de quem sabe encarar a vida como uma menina meio muito moleca misturado à sensatez de uma mulher meio muito madura - e sábia o bastante, quero dizer, já que nem todos conseguem receber essas caixinhas surpresas que a vida entrega.



Ei! Hoje dormirei usando um par de meias que não são pares. Você consegue entender isso? Não?! 



Me conhece pela superfície.