Antes de descobrirem a possibilidade de morar em Marte ou a certeza do céu azulado em Plutão, eu descobri o habitável Planeta Pedra.
Você diria que encontrar uma pedra no caminho é azar? E um planeta delas?! Eu descobri o grande Planeta Pedra pelo “caminho universo”. Assim como Colombo se distraiu procurando as índias, me distraí enquanto procurava pelo “Restaurante no Fim do Universo” e acabei por não somente tropeçar em uma pedra, mas simplesmente interceptei com um planeta inteiro delas. É, inteirinho!
Há quem dirá, não me engano, que foi má sorte demais pra uma pessoinha só.
“Não entre em pânico”, Izabella, "é sobre isso e tá tudo bem"!
Vou contar sobre o que os meus olhinhos hipermétropes e minha luzes estroboscópicas verdes neon com menos de 10% de bateria me permitiram enxergar… Primeiramente, o que enxerguei foram grandiosíssimas montanhas, montanhas de pedras. Algumas formadas por sedimentos, sedimentos de sentimentos, experiências vindas de intemperismo, alegrias e algumas pouquíssimas tristezas - tudo em cima do outro, misturado, arquitetado para espalhar por aí, como conversas que se jogam fora ou como histórias que se contam a qualquer um.
Outros tipos de montanhas que avistei por lá sofreram um grande metamorfismo: com certeza o que eram no passado, não são agora. Fizeram jus a Raul: são metamorfoses ambulantes - peraí, ambulantes, não - sofreram algumas pressões e altíssimas temperaturas, e foram elas que me permitiram conhecer melhor sobre o Planeta Pedra. Me permitiram conhecer todos os seus processos que o tornara o que ele era naquele específico momento em que me encontrara.
Vi também as magmáticas. Estas, e não somente, me fizeram desejar ficar. Eram como se trouxessem os sentimentos do mais profundo e absoluto interior do Planeta Pedra para a superfície, solidificando-os. Tornando-os visíveis em diferentes texturas, cores e composições. Parecia fogo transbordando… Fogo que se aquietara em planícies, sem medo de ser visto, tocado, observado.
E eu? Eu fiquei ali, intrigada, inquieta, examinando a possibilidde do acaso que me levara até o Planeta Pedra. Se uma pedra no caminho já não soava muito bem, pensei por diversas vezes: - e toneladas delas, paizinho do céu?! Devo lembrar que mencionar a minha fé ali não fazia muito sentido, todavia na teimosia do meu eu, simplesmente teimava.
Era tarde demais… Já me acostumara com o Planeta Pedra em tão curto período de tempo.
Lá tem cerveja gelada que possibilita a proliferação de vida, tem lanches sem qualquer mínimo sacrifício animal para criaturas famintas feito eu! Tem inteligência suficiente que permite conversas de 360 minutos - incrível, não?! - tem boas músicas que embalam noites e dias, tem coleção de figurinhas que arrancariam sorrisos de qualquer um, tem charme, cheiro íntimo e um solo que além de apresentar a cor mais linda que já vi, é bastante fértil para cultivo de uma boníssima amizade…
Passei por um buraco negro, escapei!
Quem me puxou de verdade foi o Planeta Pedra - inescapável!!!
E na imensidão de borbulhas de sentimentos que o Planeta Pedra causara em mim, decidi, por conta própria, tirar a letra “a”. Essa letrinha já tinha lugar demais pra ficar… E ficara no Ar, no Amor, na Arte, na Alegria… Coloquei no lugar um círculo. Círculo é infinito, não é?! A gente não sabe onde começa e muito menos onde termina…
Então, agora, pra mim, é o formidável e habitável Planeta PedrO! Assim, desse jeitinho, com um círculo no final. Assim como deve ser: infinito. Eterno enquanto ele exista em mim, em nós.
Saudações, Planeta PedrO!
Foguetes e missões de felicidade eu te envio!
Ah, e como diria shakira: "lucky that my breasts are small and humble, so you don't confuse them with mountains".
Fica para a história. Para a minha história.