Ontem lendo um livro, li que o mais interessante das relações em sociedade são os "contratos" que ela exige. Qualquer ambiente tem suas regras. Por mais sutis que sejam estão sempre ali. Por exemplo, se você entra em um ônibus praticamente vazio, com três pessoas lá dentro, cada uma em um canto, há uma chance de 99,9% de que você sente-se sozinho também e não ao lado de alguma dessas pessoas.
E mesmo que a regra seja não ter regra, algum acordo há de surgir!
Peguei essa informação e liguei com algumas questões: se é pra ter "contrato" em sociedade, e principalmente nas relações afetivas, que ele seja o mais original possível!!! Nunca mais uma repetição de padrões de outros contratos, de momentos que nem significam mais alguma coisa pra gente. Ou mesmo uma cópia bem fajuta de "contratos" anteriores, com as mesmas condutas, regras e blábláblá, levando tudo pro mesmo lugar...
Relações em sociedade são para nos trazer consciência.
É preciso ter isso em mente. Geralmente levamos essa questão, a de relações, para outro lado: para nos trazer felicidade, conforto, prazer... E acabamos por esquecer do primordial: trazer consciência! Ao ter essa concepção das relações, é quase impossível que não se aspire a necessidade de contratos novos, originais, sem repetição de padrões.
- Tá, Izabella, não tô entendendo nada...
Vou explicar melhor: se você tá atrás de consciência, não quererá repetir os padrões de novo, de novo e de novo - "já deu disso já!!!". Você ambicionará perceber os padrões e definitivamente ACABAR COM ELES, sabe?! Concluir a tarefa e seguir em frente! E não arrastar os mesmos medos, mesmas atitudes, mesmas inseguranças, mesmas carências, mesmos projetinhos ineficientes e infundados, em todas as suas relações, pro resto da sua vida.
Não dá.
Inevitavelmente, ao se conscientizar disso, você será levado a "contratos" novos, que permitirão que os envolvidos caminhem em direção a uma consciência maior. E sendo um contrato nascido de uma busca conjunta por consciência, ele alinhará mais intenções do que expectativas! Por que se você tá buscando consciência, logo percebe que é mais sobre o que se pode fazer ao outro do que cobrar que ele faça. Se está com boas intenções, focado em realizá-las e a outra pessoa também... PUFT!... Passamos de ser um, pra sermos nós. Passamos a cuidar da nossa conduta de verdade e o resultado natural disso é que se torna indevido e inconveniente tantas cobranças - digo "tantas" porque é um processo, pode haver uma escorregadinha de expectativas ali ou acá.
Analisar aquilo que você achou ruim, que não quer mais, que não é você, e não se identificar com isso, não aceitar, não repetir. Simplesmente uma consciência de enxergar os padrões péssimos nos seus contratos anteriores e aniquilá-los de vez. Consciência pode ser (muita) maturidade também, não é?! Uma evolução íntima sincera. Uma doação. Um contrato de paz consigo mesmo e com o outro.
Até a gente entender o que a gente é e como a gente é, é preciso passar por um monte de "a gente não é".
É isso.
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